Conheça a história de quem está se dando bem com o sorvete mexicano no Brasil
Rede Los Paleteros tem fila de 1,6 mil pessoas interessadas em abrir uma franquia
22/07/2014
Elas não são um simples picolé. As paletas mexicanas são maiores, são feitas, em sua maioria, com ingredientes naturais, podem ser de fruta, cremosa ou recheadas e começam a se espalhar pelo Brasil. Em São Paulo, pelo menos três empresas investem nesse mercado. Elas se preparam para aumentar a produção e abrir novas lojas para aproveitar o verão.
A maior rede é a Los Paleteros, fundada pelos amigos Gean Chu e Gilberto Verona. Eles se conheceram na faculdade de engenharia da computação e sempre tiveram a intenção de abrir uma empresa juntos. "Achávamos que o caminho estava na área de tecnologia, mas ao abrirmos o horizonte, encontramos o mercado de sorvete premium, que vinha em uma vertente forte", conta Chu.
Durante a pesquisa, a dupla percebeu que a maioria dos negócios focava no gelato italiano, mas não na característica do saudável e natural. A ideia foi investir nas paletas mexicanas, um sorvete no palito, fácil de ser consumido e feito sem produtos químicos.
A primeira loja foi aberta em Balneário Camboriú em dezembro de 2012, com o objetivo de testar o produto com consumidores de diversas partes do Brasil. Deu tão certo que a primeira franquia foi implantada em abril do ano seguinte. Hoje, são 36 unidades em funcionamento com previsão de fechar o ano com pelo menos 62 lojas. Em São Paulo, existem quatro lojas (Alameda Lorena esquina com a Consolação, Shopping SP Market, Shopping Pátio Paulista e Shopping Metrô Boulevard Tatuapé).
A fila de espera é grande para quem está de olho na franquia. A rede tem mais de 1,6 mil pedidos formalizados. De acordo com Chu, ao concentrar a produção das paletas em fábricas próprias, o franqueado tem uma operação simplificada com a venda de um produto pronto e precisa se concentrar na gestão, controle do estoque e no atendimento ao cliente. O investimento inicial varia de R$ 290 mil (quiosque) a R$ 435 mil (loja).
Atualmente, a fábrica produz 600 mil picolés por mês. Com o investimento em um novo maquinário, esse número vai aumentar para 2 milhões. Os números de faturamento acompanham essa expansão. No ano passado, a rede faturou R$ 6,3 milhões. Este ano, até junho, já foram contabilizados R$ 17,3 milhões com expectativa de fechar o ano com R$ 65 milhões a R$ 70 milhões.
Em família. Os irmãos Marco, Marcel e Marcio Menzani junto com a amiga Roseane Santos abriram a paleteria Los Hermanos, no bairro Santana, em São Paulo, no começo do ano. O projeto já existia há três anos, quando os irmãos conheceram as paletas durante uma viagem ao México e tiveram a ideia de trazer o produto para o Brasil.
O bairro Santana foi escolhido para o início dos negócios por causa da ligação dos sócios com o local. "É a região onde nascemos e onde moramos. Procuramos montar em um lugar diferente do habitual para sentir a resposta do público", conta Marco. Em média, a loja vende 80 mil picolés por mês.
Até o fim do ano, a empresa deve abrir mais duas unidades, uma na zona sul e outra na região central. Em 2015, serão mais três ou quatro lojas, todas próprias. Só a partir de 2016 os sócios irão avaliar a possibilidade de franquear o negócio. Por mês, a Los Hermanos recebe 50 pedidos de abertura de franquias.
Amigos. Um pouco cansados de trabalhar com alta gastronomia, os amigos Gabriel Simões Jorge Fernandes e Ravi Rocha Leite resolveram investir nas paletas. Com algumas economias e ajuda de familiares, a dupla montou uma cozinha pequena e iniciou a produção para vender na Feirinha Gastronômica, em novembro do ano passado. "Foi uma forma de começar sem gastar muito. Começamos com uma produção semanal de mil picolés", conta Fernandes.
Os amigos começaram a fazer outras feiras gastronômicas e conseguiram juntar dinheiro para abrir uma loja da Me Gusta Picolés Artesanais, na Rua Augusta, inaugurada em março. Atualmente, a produção média semanal é de 7 mil picolés. A intenção é triplicar esse número com a chegada do verão.
"O produto está se tornando cada dia mais frequente. E o que vai acontecer é uma saturação. Estamos tentando manter a qualidade do produto e manter um diferencial dos concorrentes, com sabores diferenciados", diz Fernandes, que pretende trabalhar com representantes em feiras gastronômicas e abrir quiosques em shoppings. (Estadão PME)