Como a indústria define os preços

Papo Direto com Waldir Cicerelle, gerente executivo de Inteligência Comercial da JBS

25/08/2015

Como a indústria define os preços

O aumento dos preços dos alimentos tem preocupado empreendedores e profissionais do setor food service, que estão fazendo malabarismos para equilibrar os custos e repassar o mínimo possível ao cliente. O custo da carne tem sido um dos mais elevantes. Por isso, entrevistamos o especialista em princing da JBS, detentora das marcas Friboi e Seara, que esclareceu algumas dúvidas em relação à definição dos preços por parte da indústria.

 

Como a indústria define os preços de seus produtos?


A Indústria precifica seus produtos baseada em seus custos e valor percebido de suas marcas junto ao consumidor. Hoje trabalhamos com diversas informações de mercado que nos possibilita estabelecer o preço correto para cada um dos mercados e canais.

 

Quais são os fatores analisados na definição do pricing?


Diversos fatores são levados em conta na precificação da carne, como escalas de abate e disponibilidade de boi no mercado, custo da matéria-prima, custos de produção, nível de estoque, demanda do mercado, cenário competitivo e posição da concorrência, tendência e sazonalidades.

 

Em momentos de crise e aumento de preços, o que muda nessa definição?


No cenário de crise é fundamental ser mais assertivo na sua política de preços para tentar preservar suas margens. Devemos analisar os custos como também o potencial de compra dos consumidores, evitando adotar preços que desestimulem o consumo. Procuramos escolher os melhores mercados e canais, além de estimular um mix de venda de maior valor agregado. 

 

Como a indústria pode colaborar com o atual momento e oferecer produtos mais baratos que sejam alternativas para a redução de gastos?


O ideal é o cliente do food service optar por fornecedores que tenham um portfólio de produtos completo, sendo uma solução para o cliente. Hoje a JBS atua com todas as proteínas e com diversas opções de produtos e marcas para atender a todas as necessidades de nossos consumidores. O cliente do food service consegue com isso fazer adaptações em seu cardápio, trazendo alternativas de produtos que preservem sua margem.

 

O transformador tem encontrado dificuldade em manter seus preços atrativos diante do aumento dos custos. Qual conselho daria a esses empreendedores?


Existem alternativas de substituição e adequação de cardápio que podem ser utilizadas neste momento. O ideal é o transformador analisar junto ao vendedor quais as melhores opções para o seu perfil de cliente.  

 

Tem ocorrido realmente um aumento grande e constante na matéria-prima e outros custos?


Temos sofrido nos últimos meses um aumento considerável do custo da matéria-prima e de produção. O cliente do food service precisa se adaptar a esta nova realidade de preços das proteínas, evitando desperdícios em suas operações e buscando trabalhar com um mix mais rentável.


Esses aumentos são avisados com antecedência ao transformador de alguma forma para que ele possa planejar seu cardápio?


Temos informado nossa equipe de vendas sobre o cenário mercadológico e tendências do mercado. Os aumentos geralmente ocorrem após a variação do custo, que pode ser acompanhado em diversos informativos de mercado. 

 

Quais são as suas dicas em relação ao cardápio?


Neste momento o cliente do food service deve trabalhar com um leque maior e opções em seu cardápio fazendo alterações semanalmente, se necessário, conforme o custo e margem. 

 

Qual a diferença de precificação do varejo para o food service?


Os dois canais seguem o mesmo critério, já que os custos de matéria-prima são os mesmos.

 

O momento atual desestimula o investimento no mercado food service?


Acreditamos que este canal deve continuar crescendo em função de hábitos de consumo. As pessoas devem continuar sendo estimuladas a fazer a refeição fora do lar mesmo em momentos de crise. 

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