Franquias iniciantes procuram parceria para crescer

Mais de 170 marcas de franquia estrearam no mercado brasileiro no ano passado

13/04/2016

Franquias iniciantes procuram parceria para crescer

 

Luis Selva, Marco Seixas, Carla Thompson, Daniela Piacesi, Eduardo Zicker e Celso Valias, sócios do restaurante Las Empanadas, especializado no tradicional salgado argentino, lançam seu sistema de franquia, um ano depois de a empresa nascer como um bistrô no Vidigal, Rio de Janeiro. Os dois lados se cruzaram na feira Expo Franchising, no Riocentro. Dois meses depois, Rodrigo abre seu quiosque no Botafogo Praia Shopping e o Las Empanadas passa a ter sua primeira loja franqueada. Neste período, muito trabalho e alguns erros pela inexperiência.

 

 

"No início foi muita correria. Eu não tinha qualquer prática no comércio e eles ainda não tinham maturidade com o sistema de franquia. Mas tudo foi se ajeitando no dia a dia. A vantagem é crescer junto com a marca, e já pretendo abrir outra loja", diz Rodrigo, que toca o quiosque ao lado da mulher, Paula. Atraídos pelo histórico do sistema, empreendedores apostam nas franquias para se aventurar no mundo dos negócios. Apesar da crise, o sistema teve crescimento de 8,3% no faturamento no ano passado. E uma baixa “taxa de mortalidade”: 3,7%.

 

 

Na outra mão, as empresas interessadas em não dispender tanto capital no plano de expansão investem nesse método. No ano passado, foram 178 novas marcas que se tornaram franqueadoras, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de franchising (ABF), entre associadas e não associadas à entidade. A grande equação é fazer este encontro de iniciantes dar certo, dizem os consultores.

 

 

No caso de Las Empanadas, além da loja de Rodrigo, o restaurante tem outra filial no Rio Design Barra e irá abrir mais três nos próximos dois meses. O investimento inicial mínimo é de R$ 139 mil para o quiosque. "Nossa previsão era terminar 2016 com dez lojas, mas provavelmente aumentaremos para 15", diz o argentino Luis Selva, fundador da marca, animado com os resultados iniciais.

 

 

 

Crescimento calculado

 

 

Os sócios do Hareburguer também estão otimistas com o crescimento da franquia de fast-food vegetariano. O negócio, que começou na praia, tem investimento inicial de R$ 300 mil e foca num público que consome comida saudável por um preço acessível. Marcos Leite, CEO da empresa, diz que 80% dos frequentadores consomem carne, reduzindo assim os riscos para o novo investidor em apostar todas as fichas em só um nicho de mercado.

 

 

"O franqueado que entra numa rede nova tem as melhores oportunidades e pontos, e pode influenciar no rumo da marca desde o início da operação. Nosso histórico no mercado de franquia não é grande, mas há uma história de empreendedorismo de sucesso que completou agora 10 anos. Outro atrativo é que estamos num mercado que só cresce, o de alimentação saudável e vegetariana", diz Marcos Leite, que revela que pretende, ainda este ano, dobrar o número de franquias: das quatro atuais para oito lojas.

 

 

Fora do setor de alimentação (considerado a mola propulsora do mercado de franquia), a iDream, loja de acessórios, serviços e assistência técnica para smartphone e tablets, também está em busca de novos parceiros. No sexto ano de operação, os sócios decidiram planejar o crescimento da rede por meio das franquias. E, em novembro passado, lançaram seu plano de expansão: hoje são 10 lojas próprias e duas franqueadas.

 

 

Bate-papo com os experientes

 

 

A expectativa agora é ampliar horizontes e partir, no segundo semestre, para Brasília, Minas Gerais e interior de São Paulo, afirma um dos três sócios da iDream, Leandro Tomasi. A terceira franqueada no Rio será aberta no final do mês no Park Shopping , em Campo Grande, pela consultora de RH Tereza Machado, de 43 anos, em sua primeira experiência empreendedora. Interessada em abrir seu negócio próprio, ela ficou tão empolgada com a oportunidade de trabalhar com tecnologia que nem considerou arriscado investir numa marca recém-criada.

 

"Acredito tanto no negócio que não levei em conta o tempo de criação da franquia. Não tive medo. É um nicho importante a ser explorado porque, com a crise, as pessoas não estão comprando celular, mas consertando ou tentando dar uma nova cara, com as capinhas disponíveis", diz ela. Em ato anterior à assinatura do contrato, Tereza conversou com os franqueados para saber mais sobre o funcionamento da loja. Este é um dos primeiros conselhos dado pelos especialistas para quem quer investir em novas redes franqueadoras.

 

"Antes de fechar negócio, pergunte para os atuais franqueados sobre a relação com a marca, se está feliz com os franqueadores, se compraria uma segunda loja. Quem está infeliz não mente. Assim o futuro empreendedor estará seguro para uma tomada de decisão", salienta o presidente da ABF Rio, Beto Filho.

 

A franqueadora é obrigada a liberar estas informações, segundo a Lei de franchising (lei 8.955/94). Beto lembra que todos os dados devem estar num documento chamado Circular de Oferta de Franquia (COF), que descreve a franquia e as respectivas atividades envolvidas, mostra quais são os investimentos necessários e taxas envolvidos para manutenção.

 

 

Fonte: pegn

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