Festival Botecar pode movimentar mais de R$ 12,6 milhões em um mês
São 55 pratos concorrendo ao título de melhor tira-gosto de Belo Horizonte
23/04/2015
Em sua segunda edição, o Botecar, festival de botecos de raiz, já parece ter caído no gosto dos consumidores mineiros. Com mais de 55 pratos na disputa para ganhar o título de melhor tira-gosto da capital, o evento promete movimentar uma bolada entre R$ 12,6 milhões a R$ 13,1 milhões nos bares participantes. Segundo estimativa da organização do festival, mais de 450 mil pessoas devem passar pelos estabelecimentos, consumindo cerca de 110 mil pratos, que este ano homenageiam as cidades de Minas e têm preços variados, entre R$ 19,90 e R$ 29,90. Donos de bares também comentam a expectativa do movimento gerado pelo festival que, em alguns locais chega a triplicar, se comparado aos meses normais de funcionamento. Apenas na primeira semana, o evento já fez com que o público aumentasse cerca de 30%, se comparado ao mesmo período do ano passado e 100% em relação ao mês anterior.
“Normalmente, essa primeira semana é apenas um aquecimento do que ocorre no restante do mês do festival. Mas este ano já registramos um movimento bem melhor que no ano anterior e já temos a certeza de que vamos superar as nossas expectativas”, afirmou o organizador do Botecar, Antônio Lúcio Martins. De acordo com ele, o festival é considerado como o fomentador do 13º salário fora de época para os empresários participantes. Além de movimentar toda a cadei produtiva do setor, ele abre novas vagas de emprego. Segundo ele, a maioria dos botecos participantes do concurso aumentou em aproximadamente 45% o número de funcionários para dar conta da demanda. Contrataram 223 temporários para atender a clientela extra. “O festival chega num momento importante para os empresários, que vinham sofrendo com a queda no movimento por conta da situação econômica brasileira, com juros e inflação mais altos e consumo em queda. Estamos recuperando o que perdemos nos últimos meses”, ressaltou.
Homenagem
Proprietário do Armazém Medeiros, um dos concorrentes ao título de melhor tira-gosto, Marcílio Diniz Cruz já comemora o sucesso do festival que já resultou alta de 80% nas vendas em apenas uma semana. Para dar conta da demanda, ele precisou contratar três funcionários temporários. “Tivemos um movimento excepcional no primeiro dia e também no fim de semana. Até o fim do Botecar, pretendo duplicar o meu movimento e ainda colher frutos disso nos próximos meses com os novos clientes”, afirmou. Marcílio se diz confiante no resultado do Botecar já que só na primeira semana vendeu mais de 240 pratos do petisco que homenageia a cidade de Itabirito, na Região Central e leva lascas de bacalhau salteadas em azeite extravirgem, batata palha, ovos mexidos e cebola roxa.
Diretor-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel-MG), Lucas Pêgo, afirma que o festival é uma boa ferramenta para recuperar o movimento dos bares e restaurantes que têm no primeiro semestre os piores indicadores do ano. Ainda segundo ele, além de aumentar o movimento, gera visibilidade para a cidade e para os bares participantes, que colhem os frutos durante todo o ano. “O festival não gera movimento apenas no mês em que ele acontece. Ele serve como oportunidade de divulgação e promoção para os meses seguintes, já que as pessoas vão para conhecer e provar os pratos que participaram do concurso”, afirma.
A tendência é confirmada pelo proprietário do Bartiquim Gonzaga, no Bairro de Lourdes, Rômulo César, mais conhecido como Bolinha. Segundo ele, além dos antigos clientes, durante o festival ele recebe um público novo, que acaba retornando depois, para curtir o bar com mais tranquilidade. Bolinha considera o evento como o responsável pelo 13º salário do setor e afirma que fatura, em média, três vezes mais do que nos meses normais nos 30 dias da disputa dos tira-gostos. Apenas na primeira semana, ele afirma que as vendas foram 50% maiores do que na semana que antecede o festival e 30% maior do que as registradas no mesmo período do ano passado. “Estamos com fila de espera todos os dias e espero que continue assim até o fim. No último sábado, nós zeramos o estoque de uma das marcas de cerveja”, afirma, completando que já repôs e aumentou o estoque para os próximos dias.
Fonte: Estado de Minas