Fast food se reinventa para competir com mercado saudável

Tendência de alimentação naturalista não impede expansão de redes que oferecem comidas calóricas

26/02/2015

Fast food se reinventa para competir com mercado saudável

O glúten, a lactose e o açúcar, alimentos tão temidos por aqueles que perseguem a perda de peso e uma vida saudável estão presentes em boa parte das delícias que a boa gastronomia oferece.

 

Cremosos e gelados, os sorvetes ganharam sabores e texturas sofisticadas. Nos últimos anos, o setor cresceu em torno de 80% no Brasil, segundo a Abis (Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes). Em 2014, as vendas do produto movimentaram R$ 5 bilhões, no Brasil.

 

A inauguração da franquia americana Cold Stone Creamery, em Moema, na zona sul, há 1 ano e meio, diversificou as opções da capital. Aos finais de semana, não tem jeito. Sempre tem fila. Uma boa oportunidade para pensar na combinação escolhida. A proposta é servir uma sobremesa personalizada. O cliente escolhe a base, por exemplo, sorvete de creme, e adiciona os ingredientes que quer colocar na massa, como frutas, pastas e castanhas. A mistura é feita em uma pedra de granito congelada a -3 graus.

 

 

De acordo com Joaquin Presas, sócio e diretor de marketing da Cold Stone Creamery Brasil, os consumidores estão cada vez mais seletivos quanto aos alimentos que consomem. “Temos um produto calórico, por excelência, mas por conta das matérias-primas, ele possui valor nutricional. Um sorvete no tamanho Like It (que é o pequeno, porém não tão pequeno assim) pode substituir um chocolate para um lanche da tarde, por exemplo, com ganhos nutricionais”, diz.

 

Com outras cinco lojas em Curitiba, a marca abriu uma nova unidade, a menos de 1 mês, no shopping Tamboré – um dos cinco de maior movimento de pessoas no Brasil, em Barueri, na grande São Paulo. “Em nosso primeiro ano de funcionamento no Brasil tínhamos uma loja, e no segundo ano de vida a marca fechou com sete lojas”, diz. O faturamento final do segundo ano da marca foi cinco vezes maior em relação ao ano da inauguração.

 

Com o slogan 'paz, amor e sorvete', a politicamente correta, Ben&Jerry´s abriu as suas portas na capital, em outubro do ano passado. Mais uma americana no ramo de sorvetes. Inaugurada na rua Oscar Freire, nos Jardins, a sorveteira é campeã de vendas nos EUA, e atua de forma engajada.

 

Todo o leite utilizado é proveniente de um programa chamado Caring Dairy, que tem como princípio agricultores que trabalham com “indicadores de sustentabilidade”. Os ovos são de galinhas criadas fora de cativeiros e atestados pelo programa de Certificação Humana, assegurando que estas aves tenham alimentos nutritivos, integrais e acesso a água limpa.

 

Os pedaços de brownie encontrados no sabor mais vendido da casa – chocolate fudge brownie – vêm diretamente de Nova Iorque, da padaria Greyston Bakery, que se compromete a empregar pessoas com dificuldades profissionais e a treiná-las.

 

“Nossos ingredientes são frescos e Fair Trade (Comércio Justo, o que significa que as matérias-primas são compradas de pequenos produtores que se utilizam de práticas ambientais e padrões justos de trabalho)”, diz Katia Ambrósio, diretora de sorvetes da Unilever Brasil, dona da marca. Além disso, eles não usam produtos geneticamente modificados no sorvete. A ideia é adotar boas práticas e atrair um público consciente e responsável.

 

“Hoje também contamos com um quiosque no Morumbi Shopping. Infelizmente não temos como falar sobre expectativa de faturamento e número de lojas previsto, mas posso adiantar que a Ben & Jerry’s não se restringirá a essas duas unidades”, diz. “Também há previsão de expansão no varejo em 2015. A nossa chegada ao Brasil foi bastante positiva, acima das expectativas”.

 

Recheadas, as paletas mexicanas são quase unanimidade entre os brasileiros. O ano de 2014 rendeu para a Los Paleteros um faturamento de R$ 70 milhões com a venda de 10 milhões de paletas, e a construção da segunda fábrica da rede, em Barracão, no Paraná – um investimento de R$ 14 milhões. “Para este ano, prospectamos um faturamento de R$ 160 milhões. Em 2015 também iremos implantar mais 75 unidades e planejamos dobrar o número de paletas vendidas”, diz Gean Chu, sócio fundador da marca.

 

Mesmo com 15 lojas na capital, e outras 4 na grande São Paulo – total de 73 no país, a unidade com maior número de vendas é uma loja de rua, em Sorocaba, no interior de São Paulo, que possui um drive thru de paletas. O sucesso é tamanho que o shopping Aricanduva tem dois pontos de vendas, e está no ranking de lojas que mais vendem da rede.

 

Mesmo com produtos calóricos, Chu não vê resistência no consumo por dispor de produtos naturais, sem o uso de corantes químicos, aromatizantes, e conservantes. As paletas frutadas, por exemplo, não possuem lactose ou glúten, e são feitas praticamente apenas com o uso de água, frutas e açúcar.

 

Em uma comparação, a Los Paleteros é a rede que oferece as combinações mais leves. De acordo com Chu, a campeã de vendas é a de morango com leite condensado (167 calorias), seguida de outras opções recheadas, brigadeiro (263 calorias) e doce de leite (274 calorias). A campeã calórica é a paleta de paçoca. Suas 337 calorias equivalem a 6 picolés nacionais de morango.

 

De olho na crescente demanda por produtos de baixa caloria compostos por frutas e verduras, a Croasonho incluiu novas opções em seu cardápio, como rúcula e brócolis, segundo Daniel Fernando Alves, gerente de marketing da marca.

 

Apesar de oferecer lanches e milk shakes, os croissants representam até 70% das vendas. Produzidos em duas fábricas no Rio Grande do Sul, cerca de 200 mil croissants são entregues todos os meses, crus e congelados em 63 lojas em 13 estados brasileiros. Assados e recheados nas lojas, eles são servidos em pratos com garfo e faca. São 52 sabores diferentes, entre doces e salgados – de carne de panela até banana com chocolate. “Contrariando o pessimismo da economia em relação ao mercado de food service para 2015, a Croasonho prevê inaugurar 15 lojas em 2015 e aumentar o faturamento total da rede em 40%”, diz.

 

Na opinião de Rafael Augusto, diretor de marketing da Patroni Pizza, apostar em detalhes caseiros é um bom caminho para não perder os clientes que procuram itens com baixa caloria. “Sentimos certa resistência dos consumidores com refeições calóricas, mas isso não inviabiliza a comercialização de nenhum produto, inclusive a pizza representa 30% das vendas da rede”, diz. Com faturamento de R$ 335 milhões, em 2014, a marca possui 192 unidades espalhadas pelo Brasil e deve abrir outras 95 até o fim deste ano. (Fonte: Diário do Comércio)

FOOD MAGAZINE Tudo o que você procura em um só lugar!

Máquinas e Equipamentos

Produtos

Serviços