Burger King testa entrega de pedidos para quem está preso no trânsito

A subsidiária brasileira da rede de lanchonetes está analisando se trará o serviço para São Paulo, “mas ainda não tem previsão”. Los Angeles e Xangai podem receber o projeto

10/06/2019

Burger King testa entrega de pedidos para quem está preso no trânsito

"Que vida tão miserável que foi gerada com a expansão das cidades”, lamentou um internauta na conta do Instagram da operação mexicana do Burger King. A reação veio diante da notícia sobre um novo serviço da rede de fast food, pertencente ao grupo brasileiro de investimentos 3G Capital. La Traffic Whopper (o tráfego Whopper) foi lançado na Cidade do México há cerca de um mês. O novo serviço de delivery, executado por motociclistas, promete levar os sanduíches, batata frita e outros itens do cardápio até os motoristas presos no congestionamento.

 

A 3G, que tem entre os sócios Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, é dona de toda a operação do Burger King desde 2010. A rede de lanchonetes informou que o delivery para quem está no meio do trânsito é uma campanha global do BK. A subsidiária brasileira está analisando se trará o serviço para São Paulo, “mas ainda não tem previsão”, disse por meio de nota.

 

Segundo reportagem recente publicada pela agência de notícias Bloomberg, a companhia teria planos para levar o serviço a outras grandes cidades com problema de congestionamento. Além de São Paulo, poderiam receber o projeto as cidades de Los Angeles e Xangai.

 

Na Cidade do México, uma das mais populosas do mundo, o serviço funciona por meio de um aplicativo que reconhece pedidos por voz e usa a localização em tempo real para levar comida aos motoristas que estão em deslocamento.

 

A nova ferramenta ainda está em fase de ajustes e tem enfrentado alguns desafios, como o de fazer a entrega de moto sem atropelar as regras de trânsito. Os melhores acessos para os entregadores serão definidos por relatórios de tráfego gerados pelo Google. As informações permitirão identificar congestionamentos e definir as melhores rotas.

 

Outro desafio é que a entrega só pode ser feita em um raio de 3 quilômetros a partir da loja, para que os produtos cheguem em boas condições ao cliente – hambúrguer quente e bebida gelada. Em algumas cidades mexicanas, o delivery é feito por meio do aplicativo Rappi. A diferença é que agora é possível pedir um Whopper com batata frita mesmo quando se está entalado entre um carro e outro. Ao todo, o Burger King conta com 430 lojas no México.

 

Para a Restaurant Brands Internaciontal Inc., a qual pertence a marca Burger King, testes como o da Cidade do México são importantes para que se identifique outras formas de levar os produtos até os clientes.

 

Essa mudança de comportamento, que é global, tem levado os consumidores cada vez mais a buscar facilidades, fugir do trânsito e da violência urbana e recorrer a apps de entrega, em vez de devorar os sanduíches nas lojas. Por outro lado, isso tem gerado para companhia como o Burger King o desafio de encontrar formas mais rápidas, seguras e econômicas de entregar seus produtos.

 

Drones

Algumas experiências, tanto no Brasil quanto em outros grandes mercados, têm mostrado que os serviços de entrega ainda vão ter de passar por muitas transformações. Por aqui, uma rede de padarias do interior paulista, a Pão To Go, testou em 2014 o delivery feito por drones.

 

Na época, a direção da empresa aguardava a regulamentação por parte da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). No seu site, não há informações sobre essa modalidade de compra. Já a Amazon, gigante global de comércio digital, há anos tem testado a melhor forma de aproveitar os drones para reduzir o prazo e o custo de entrega de seus produtos.

 

O serviço, ainda não disponível, tem até nome: Amazon Prime Air. Modelos como esse, que começam a ser tirados do papel por algumas empresas, poderiam reduzir o tráfego de caminhões e outros tipos de veículos de entrega nas grandes cidades, melhorando a qualidade do ar e diminuindo o trânsito. Mas podem levar a um excesso de drones para os céus.

 

Fonte: Estado de Minas

 
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