Aprendendo a reaproveitar os alimentos

A partir das orientações do Programa Cozinha Brasil, o empresariado pode ter um ganho real no seu negócio

25/07/2014

Aprendendo a reaproveitar os alimentos

Aproveitar e reaproveitar os alimentos é algo imprescindível nos dias de hoje. O desperdício gera não apenas prejuízos econômicos, mas também sociais, em um mundo com cada vez mais problemas de desigualdades e escassez de recursos. Visando promover a educação alimentar com impactos positivos para a saúde e valorização por meio do aproveitamento total dos alimentos, o Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (SESI), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e empresas da iniciativa pública e privada criaram o Programa Cozinha Brasil.

 

De acordo com Jair Meneguelli, presidente do Conselho Nacional do SESI, ao mesmo tempo em que promove uma alimentação mais saudável, o programa conscientiza a sociedade sobre a importância da redução do desperdício, por meio do aproveitamento integral dos alimentos. Tudo isso utilizando partes de produtos de alto valor nutricional que, na maioria das vezes, seriam jogadas no lixo. “É fato que a obesidade, a pressão alta, o diabetes, entre outros problemas de saúde relacionados à má alimentação, estão matando cada vez mais pessoas. Para combater essa realidade, há dez anos, foi criado o Cozinha Brasil em todo o país”, explica.

 

O programa mostra que simples atitudes fazem a diferença. Durante a qualificação, nutricionistas ensinam que é possível combinar economia, saúde e sabor, com a mudança de hábitos. O pulo do gato está no uso de partes não convencionais dos alimentos – como cascas, sementes e talos – em pratos inovadores e saborosos. Os alunos recebem orientações sobre métodos de limpeza e manuseio de utensílios, bem como aprendem a fazer o congelamento e descongelamento de alimentos sem perder nutrientes. Além disso, as receitas são feitas de acordo com as diversidades regionais.

 

 

Os cursos são ministrados em caminhões-escola (unidades móveis do SESI) e em cozinhas de empresas/indústrias ou locais disponíveis nas comunidades. São divididos em duas modalidades: uma voltada para a educação alimentar, com 10 horas/aula, e outra, de até 24 horas/aula, voltada para profissionais da área de alimentação, como cozinheiras, nutricionistas e merendeiras.

 

A tecnologia social do Cozinha Brasil é reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e, outras instituições, como um modelo que pode ajudar a evitar o desperdício de alimentos no Brasil e no mundo. Prova desse reconhecimento é que, em 2012, a instituição assinou termo de cooperação com o Conselho Nacional do SESI com o intuito de facilitar a transferência do programa para países da América Latina, Caribe e África.

 

Como participar

 

Meneguelli explica que todas as pessoas que frequentam bares e restaurantes se preocupam com a saúde e sabem da importância da alimentação para uma vida mais promissora e saudável. Assim como eles, donos de estabelecimentos no setor também se preocupam com o bem-estar de seus clientes. “A interação entre o prato e o alimento saudável já é desenvolvida por muitos chefes e restaurantes em todo o Brasil. Essa postura de adotar conceitos de sustentabilidade nos vários serviços disponíveis para o consumidor, pode ser explorada como um diferencial”, salienta.

 

A dica de Meneguelli é que os cozinheiros, chefes e funcionários de bares e restaurantes participem dos cursos de qualificação do programa para aprenderem como preparar os pratos de uma forma mais saudável, manipular corretamente os produtos para evitar a perda de nutrientes e aproveitar melhor frutas, verduras e legumes. Para isso, basta procurar a coordenação do programa nas unidades do SESI.

 

Os benefícios de reaproveitar os alimentos

 

Em todo o mundo, os problemas referentes à produção, distribuição e desperdício são uma realidade. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), dois bilhões de toneladas de alimentos vão para o lixo a cada ano. Isso significa metade dos alimentos produzidos. No Brasil, não é diferente.

 

Ao realizar o aproveitamento integral dos alimentos, Meneguelli reitera que podemos reduzir consideravelmente esse cenário. “Para os empresários, os possíveis gastos com o descarte de partes de alimentos que ainda poderiam ser utilizadas – seja na preparação de pratos ou de adubo orgânico – estão diretamente ligados a maiores taxas de retorno financeiro. Imagine o impacto financeiro dessa ação em uma empresa que pode diversificara sua produção, com alimentos que iriam para o lixo? A partir das orientações do Cozinha Brasil, o empresariado pode ter um ganho real no seu negócio. Ou seja, podemos ajudá-los a preparar pratos mais saudáveis e a diversificar seus produtos, cortando gastos”, afirma. (Revista MNMV)

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