5 dicas para manter os preços competitivos mesmo com a inflação
Especialistas explicam como não deixar o período de alta na inflação atrapalhar o seu negócio
17/08/2016
Nesta semana, o Banco Central anunciou uma nova expectativa para a inflação. Segundo os analistas de mercado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano passou de 7,20% para 7,31% - ainda acima do teto de 6,5% do sistema de metas e longe do objetivo central de 4,5% fixado para 2016.
A alta da inflação, portanto, deve continuar preocupando os empreendedores. O medo de não conseguir manter os preços competitivos depois dos reajustes é uma das principais inseguranças.
Desde produtos populares até artigos de luxo, todos são impactados pelo aumento da inflação. Para não deixá-la atrapalhar o seu negócio, Paulo Wyss, professor de finanças da Business School São Paulo, indica que é preciso planejar. “A alteração de preços deve ser muito bem planejada de modo que a empresa não perca espaço de mercado”.
O planejamento é essencial para saber até quando é hora de reduzir as margens. "Em algumas situações, não resta outra alternativa senão a redução das margens de lucratividade dos produtos e serviços.", diz Marcelo Nakagawa, professor de empreendedorismo do Insper.
Conheça as abordagens que devem ser aplicadas para qualquer negócio manter os preços competitivos:
Foque no valor e não no preço
Em muitas situações, o valor entregue é mais importante que o preço. Para o professor de empreendedorismo do Insper, você pode manter o cliente se ele enxergar valor nos seus produtos. “Os eletrônicos da Apple e os artigos vendidos por determinadas grifes são ótimos exemplos de empresas que não são tão abaladas pela questão da inflação já que eles vendem algo além do preço", diz Nakagawa.
Monitore a concorrência
Muitos empreendedores acreditam só o preço atual pode ajudar a manter os clientes. “Em várias situações, os concorrentes também aumentam o preço. Dessa forma, mesmo que faça um pequeno acréscimo, o empreendedor ainda mantém seu preço competitivo”, diz Nakagawa.
Conheça a formação de preços
A inflação de mais de 7% não significa que o empreendedor deve ajustar seus produtos no mesmo percentual. Para Wyss, é importante conhecer a formação de preços do item para ajustar melhor o valor. Por exemplo, se a matéria-prima não teve reajuste, mas a energia elétrica subiu 5%, o empresário deve calcular qual o peso da energia no seu preço final para ajustar corretamente o valor, sem assustar os clientes. "Quando o empreendedor conhece cada parte da cadeia produtiva, desde a mão de obra, a matéria-prima até o gasto de energia, ele consegue repassar para o preço final apenas um pedaço de um desses itens”, diz Wyss.
Invista nas versões mais econômicas dos produtos
Criar versões mais econômicas dos seus produtos pode ser uma alternativa para driblar o aumento da inflação. Muitos negócios caem na tentação de reduzir o tamanho ou a qualidade do produto e manter o preço. Ao invés de enganar o consumidor, o ideal é criar uma nova versão mais econômica do mesmo item.
Reduza a necessidade de capital de giro
Em períodos de inflação mais alta, o custo de financiar o capital de giro também sobe quando ele está investido em ações que não aumentam a competitividade do negócio. “É importante receber no menor prazo médio possível, postergar ao máximo o pagamento das saídas de caixa sem que isto implique em ajustes de preço, e reduzir ao mínimo possível os estoques”, diz Nakagawa.
Fonte: PEGN