Fornecedores de utensílios lucram com o modismo

Versatilidade da gastronomia brasileira demanda equipamentos especializados

08/12/2014

Fornecedores de utensílios lucram com o modismo

O apreço pela gastronomia está movimentando fornecedores de produtos domésticos e profissionais. Em Curitiba, a Platinox, especializada em equipamentos e utensílios para restaurantes, investiu cerca de R$ 1 milhão para chegar ao varejo com uma loja de 1,5 mil metros quadrados que atende a todos segmentos: comercial, residencial e gourmet.

                   

São quase 5 mil itens no estoque, avaliado em R$ 1,5 milhão, com marcas importadas cobiçadas como Le Creuset, Staub e Arcoroc, além de brasileiras como Tramontina e Brinox e produtos próprios direcionados ao segmento empresarial fabricados pela empresa irmã Rodriaço. A meta, segundo José Antonio Martimiano, um dos sócios do negócio, é faturar R$ 1 milhão ao mês, 30% com consumidores e 70% com clientes comerciais, e abrir mais duas lojas na região em 2015. "O modelo misto atende a moda da gastronomia", diz ele.

 

A tendência também movimenta os fabricantes. A italiana De Longhi, no ano passado, trouxe para o país a Cooking Chef, da marca Kenwood, mimo que agrega mais de 40 acessórios e 60 funções, como batedeira planetária, processador, cesto para cozimento a vapor e placa de indução para cozer o alimento enquanto é batido. O destino é o uso doméstico, mas o aparelho, que custa R$ 7 mil, atraiu parceiros especializados.

 

O último lançamento é mais modesto. O multifuncional Próspero, misto de batedeira, liquidificador, processador, espremedor e centrífuga, consegue trabalhar duas funções ao mesmo tempo, economizando tempo, espaço e equipamentos ao custo de R$ 1,6 mil.

 

A expectativa é no ano que vender perto de R$ 10 milhões do produto. "O cenário permite produtos mais exclusivos. A categoria de processadores dobrou em um ano e cresceu 30% no primeiro semestre, segundo a Gfk", diz o diretor de marketing Luis Russo.

 

Versatilidade, saudabilidade e sustentabilidade, além do design, ditam as regras no segmento gastronômico e valorizam cozinhas e espaços gourmet. A Cadence, com mais de 70 lançamentos em 2014, ampliou sua linha de eletrodomésticos e apostou em funções inovadoras, design contemporâneo e relação custo benefício em produtos como a batedeira Orbit Colors, disponível em quatro cores, a linha de churrasqueiras a gás Barbecue e as cervejeiras profissionais Bierhausen.

 

"A maior tendência hoje é a alimentação saudável", reforça o gerente nacional de vendas Rafael Farah. A Mallory, por sua vez, foca produtos úteis e práticos que otimizem espaço, desempenho e sustentabilidade, com uso de materiais reciclados, recicláveis e de alta eficiência energética em linhas como processadores, multiprocessadores e mixers com diferentes níveis de funções e utilidades.

 

Para o diretor comercial Mauro Vega, a marca foi pioneira ao desenvolver produtos sob o selo "Healthy Cook", como grills e fritadeiras a ar. Também investiu no lado recreativo da cozinha como opção de lazer, com equipamentos como a máquina de cupcakes Sweet Party.

 

"A expectativa é fechar o ano com crescimento superior a 20%", garante. Nos segmentos profissionais o comportamento também é de expansão rumo às novas tendências. Fornecedora de equipamentos para cozinhas profissionais e gastronomia, a Cozil tira proveito dos food trucks com a linha Compact Line, de dimensões reduzidas, com possibilidade de adaptações como mudança de abertura de portas e coifas menores - itens mais solicitados incluem refrigeradores, fritadeiras, coifas, chapas, charbroilers (grelhas) e bancadas.

 

Para 2014, a previsão é faturar 15% mais que os R$ 70 milhões do ano passado, quando o crescimento chegou a 8%. O comportamento, diz o diretor comercial Izaías Berni, está atrelado ao aumento de pequenos e médios negócios do food service e de franquias como Pizza Hut, Habib's e Frango Assado, cientes da marca. "Os pequenos empreendimentos também estão aprimorando sua estrutura", destaca. Outra que acompanha o movimento do food service - e dos food trucks - é a mineira Prática, que suporta a cadeia desde a ponta da produção centralizada, com equipamentos para processamento, resfriamento e congelamento, até o consumo, com câmaras de conservação e fermentação e fornos para finalização ou regeneração dos alimentos. "Tivemos um primeiro semestre tumultuado. Mas o segundo surpreendeu", diz o presidente André Rezende, que relaciona entre as últimas novidades da empresa a fritadeira a ar e a máquina para produção local de gelo.

 

Já a Bralyx ganhou impulso estimulando a automação e a profissionalização de segmentos artesanais. Nascida como representante de equipamentos importados, criou a primeira máquina capaz de produzir coxinhas de galinha, nacionalizou a produção com a subida do dólar na virada do milênio e de lá para cá viu crescer o número de empreendedores apostando em receitas tradicionais de salgados brasileiros.

 

No ano passado, depois de novidades como a máquina para produção de brigadeiros, lançou linha destinada a confeitaria com equipamentos que confeccionam de biscoitos a bolo de rolo e já respondem por 10% das vendas, cujo crescimento em 2014 chega a 10% no mercado interno e 120% no exterior. "A marca está presente em mais de 50 países", diz o presidente Gilberto Poleto. Entre 2014 e 2015, quando inaugura nova fábrica, os investimentos da empresa em inovação alcançam R$ 2 milhões, com apoio do BNDES.  (Fonte: Valor Econômico Online)

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