Espetinhos conquistam público e invadem ruas de Minas Gerais
Além de ser mais barato para os clientes, outro atrativo é a comodidade de comprar fichas a preço único
11/01/2016
Além de ser mais barato para os clientes, outro atrativo é a comodidade de comprar fichas a preço único
Da capital dos bares à dos espetinhos. Os belo-horizontinos se rendem ao tira-gosto, e a cada dia novos estabelecimentos especializados surgem na cidade. Como o alvará de licenciamento é o mesmo de bares, restaurantes e churrascarias, não há como saber ao certo quantos são. Somente no ano passado, mais de 130 pontos de espetinhos foram inauguradas em BH, segundo estimativa do diretor-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel em MG), Lucas Pêgo. “Tivemos há cerca de três anos a febre das temakerias, que vendem o cone japonês. Foram mais de 50 abertas de uma só vez. Agora, estamos vivendo a febre dos espetinhos”, constatou Pêgo.
Os espetinhos adotam preço único para o churrasquinho e para a cerveja longneck, entre R$ 5 e R$ 8, dependendo do estabelecimento. Além de ser mais barato para os clientes, outro atrativo é a comodidade. Eles podem comprar as fichas no caixa e usá-las tanto para comer quanto para beber. O produto pode ser apanhado no balcão ou o garçom leva à mesa. A pessoa consegue fazer um controle dos seus gastos. Além disso, não precisa ficar pedindo conta na hora de ir embora ou dividir os gastos com os amigos.
Há dois anos e oito meses, o empresário Marcílio Paiva abria seu primeiro espetinho. Hoje, são quatro, dois em Belo Horizonte, um em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, e outro em Paraopeba, na Região Central. “O trabalho é igual ao de qualquer outro estabelecimento. O segredo é a diversão do cliente gastando menos. Para o dono, a vantagem é o mix muito reduzido de produtos, facilidade de controle de estoque e caixa. É tudo muito mais fácil”, enumera o empresário. “Não tenho que fazer arroz, bife, salada e outras coisas servidas em bares e restaurantes”, compara.
Outra vantagem, segundo Marcílio, é que todo o tira-gosto que serve já chega pronto. “Tenho produção própria. Compro quatro sabores e produzo 12. Já compro para toda a minha rede de espetinhos”, disse o empresário. Somente de carne bovina, as duas unidades dele em BH vendem 1,2 mil quilos por mês, ou seja, mais de uma tonelada, fora os outros sabores. A unidade pesa entre 120 e 135 gramas. A média de preço dos dois produtos é R$ 6. A casa tem show ao vivo, que é encerrado às 22h por conta da Lei do Silêncio, segundo o dono.
O segmento do espeto sente o reflexo da crise econômica. “Tivemos uma queda de público a partir de julho do ano passado. O consumo médio por pessoa caiu de R$ 35 para R$ 30”, reclama. “Mesmo assim, ainda é grande o consumo. Não cobramos 10%, couvert artístico nem entrada. Oferecemos música ao vivo em todas as unidades”, disse o empresário. “Com a crise, a melhor opção de diversão são os espetinhos. Gasta-se pouco, o espetinho é gostoso, a cerveja é estupidamente gelada, música de boa qualidade e o atendimento de ótima qualidade”, gaba-se o empresário. A média de público é de 300 pessoas por noite na unidade da Avenida Francisco Sá, onde há uma das maiores concentrações de espetinhos de BH.
Fonte: Abrasel