Chefs vão contar com cozinha industrial coletiva em São Paulo
Primeiro coworking de gastronomia vai se chamar House of Food e abrirá espaço em novembro para quem quiser testar criações culinárias
05/11/2014
Cria da indústria criativa, é comum encontrar espaços compartilhados de trabalho, também conhecidos como coworkings, que reúnem exclusivamente negócios de uma mesma especialidade, criando pequenos ecossistemas em torno de um assunto comum. A cidade de São Paulo tem locais com foco em arte, tecnologia e comunicação. A novidade está na inauguração em novembro de um espaço dedicado à gastronomia, com cozinha industrial e a possibilidade de alugar o espaço por um dia e vender a comida ali mesmo. Solução sob medida para chefs interessados em testar a receptividade do consumidor.
Quem está por trás da ideia é o empreendedor Wolf Menke, que abriu o coworking House of Work há um ano e investe agora na House of Food. “O conceito sempre foi poder aprimorar a economia colaborativa e o intuito desde o começo era ter outras houses of something (casas de alguma coisa), de artes, de comida e tudo mais que viesse. A House of Food apareceu com a oportunidade de um imóvel vago perto da primeira unidade”, conta.
Com ressalvas em relação ao food truck devido aos custos do negócio, Menke afirma que a nova casa será uma forma do empreendedor experimentar, testar pratos e avaliar se o produto ganha aceitação. “A grande sacada do negócio é incentivar a economia colaborativa para as pessoas experimentarem. É uma forma de diminuir o custo e também a insegurança. Não vamos cobrar comissão pelas vendas”, explica.
Quem quiser testar seus dotes culinários pode alugar o espaço por um dia ou até uma semana, utilizar a cozinha industrial e vender o alimento lá mesmo. Dependendo do sucesso, o empreendedor pode até pagar todo o aluguel com o lucro das vendas do dia. A House of Food vai cobrar de R$ 350 a R$ 450 por dia ou R$ 2,4 mil por semana de quem quiser utilizar o espaço em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. A ideia é que o local funcione no sistema ‘pegue e leve’, mas também terá algumas mesas para o cliente se sentar.
Junto com um sócio administrador e mais investidores, Menke investiu R$ 250 mil na casa. O sucesso do primeiro negócio atraiu os investidores. A primeira casa exigiu investimentos de R$ 160 mil, recuperados em 11 meses de funcionamento. “Quero transformar a rua (Doutor Virgílio de Carvalho Pinto) em uma vila colaborativa”, diz Menke.
Apoio. A House of Food será uma das apoiadoras da Gastromotiva, uma organização que busca promover a transformação e inclusão social por meio da gastronomia. Na prática, empresas do mercado gastronômico e investidores sociais patrocinam a realização de cursos para jovens que não teriam condições de pagar uma especialização. Em contrapartida, as instituições têm acesso a essa mão de obra.
“De um lado temos queixas de falta de mão de obra qualificada. De outro, temos pessoas com talento, mas que não foram reconhecidas. A Gastromotiva gera uma ponte entre os estabelecimentos e pessoas que não teriam acesso a esse mercado. É uma forma da Gastromotiva contribuir para que a sociedade tenha um pouco mais de equilíbrio.” (Fonte: Estadão PME)