Empresários do setor falam sobre expectativas para esse ano

Apesar de um 2016 difícil para economia, empresários do ramo de alimentação e food service projetam avanços nos negócios para 2017

01/02/2017

Empresários do setor falam sobre expectativas para esse ano

Tempos de crise geram insegurança nos empreendedores, especialmente quando veem queda em seu faturamento acompanhada de aumento dos custos. O susto em 2015 foi grande e trouxe muitos desafios, mas agora um novo ano se inicia e novas perspectivas surgem. Conversamos com profissionais do setor food service, dos mais variados segmentos, para saber quais são suas reais expectativas para o próximo ano e planos para driblar a situação econômica do País e trazer desenvolvimento ao negócio. 

Mariana Morais, gerente de marketing da JBS Carnes 

2016 foi um ano de muitos desafios e muito trabalho para a Friboi e 2017 não será diferente. Este ano a marca iniciou um amplo trabalho de educação dos consumidores com a plataforma on-line Academia da Carne Friboi. O objetivo deste projeto é levar conhecimento aos brasileiros e apresentar a ampla variedade de cortes disponíveis no mercado, que atendem aos mais variados bolsos. Assim, garantimos que todos tenham acesso à carne bovina e consumam essa importante proteína, independentemente de qualquer instabilidade econômica. 

Fora isso, a Friboi realizou uma reestruturação da sua marca e ampliou o seu portfólio com novas marcas e produtos. Esse novo guarda-chuva chegou para atender as demandas e desejos dos mais variados consumidores, além de agregar valor aos tradicionais cortes da Friboi. No próximo ano a marca segue com essa oferta ampla e democrática de produtos, e a estratégia de negócios será focada nos produtos de maior valor agregado. Com isso, prevemos um aumento nas vendas para o ano com um todo e uma retomada da econômica, principalmente no segundo semestre de 2017.

 

Daniel Feferbaum, CEO da Luminus Life

Nossa expectativa é que 2017 será mais um ano extremamente desafiador, inclusive um pouco diferente do que prevíamos há dois ou três meses. Acreditamos que a economia irá dar sinais muito lentos de recuperação e por este motivo o cenário não será muito diferente deste ano. 2016, apesar de ter sido um ano de crescimento para nossa empresa, foi bem desafiador, pois o ritmo de negócios foi muito mais lento do que no ano anterior, principalmente se comparado com 2014. Uma introdução que costumava levar de um a três meses no ano passado, nesse ano passou a ser de seis a nove meses. 

Planejamos para 2017 o lançamento de novas linhas de produtos e o fortalecimento de linhas recém lançadas. Além disso, pretendemos expandir nossa distribuição para Minas Gerais e nos fortalecer no Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Por último, pretendemos finalmente entrar em algumas importantes redes de varejo americanas que estamos em negociação desde 2016. Para 2017 esperamos fortalecer o investimento que fizemos nesse ano em exportações, principalmente nos Estados Unidos, Panamá e Nova Zelândia, além de abrir outros mercados como Argentina e México. Além disso, esperamos, mesmo com um crescimento mais lento da economia brasileira, no mínimo dobrar nossas vendas no país. Isso será possível devido a todo trabalho de abertura de novos pontos de venda e lançamento de novos produtos que desenvolvemos em 2016.

 

Lourdes Conci da Silva, gerente de Marketing da Vinícola Aurora 

Estamos confiantes que 2017 será um ano de retomada do crescimento da economia brasileira e,  embora  tenhamos cumprido nossas metas para  2016, a expectativa é que este ano tenhamos diferentes oportunidades e seja um ano melhor para o Brasil. 2016 foi um ano de muitos desafios. Além das crises  econômica e política que assolaram o país, o setor vitivinícola enfrentou uma quebra de safra histórica. Na Vinícola Aurora recebemos 50% do volume estimado para a safra. Para continuar abastecendo nossos clientes foram necessárias  uma série de medidas, entre elas buscar o suprimento de alguns itens na importação, para evitar o desabastecimento. 

Embora tenha sido um ano de muito trabalho e de reinvenção, terminamos o ano com crescimento de vendas, com muitos prêmios internacionais conquistados por nossos vinhos e espumantes. Entendemos que 2017 já apresenta indícios de  recuperação e, por isso, esperamos que seja um ano melhor. Continuaremos em busca de nossas  metas, inovando sempre, quer seja em produtos, embalagens, rótulos, ou buscando formas diferentes para alcançar nossos objetivos.  

 

Valmir Zanetti, diretor executivo da Cerveja Blumenau  

Não tenho dúvidas de que 2017 será um ano de expansão geográfica para a Cerveja Blumenau. O ano que passou também nos trouxe importantes premiações enquanto marca e também para os nossos rótulos, que vão se refletir no mercado em 2017. Nossa pretensão é chegar ao fim do ano com dois mil pontos de vendas em todos os estados brasileiros. Nós acreditamos que a cerveja artesanal terá um ano brilhante, com mais consumidores percebendo o valor de uma boa cerveja e a quantidade de elementos sensoriais que ela pode trazer.

 

Antonio Miranda, diretor da VPJ Alimentos


Apesar da crise, o ano de 2016 foi semelhante a 2015, quando crescemos 35% nas vendas de carnes nobres. Ao mesmo tempo que cativamos novos mercados, consolidamos aqueles que construímos nessa uma década de trajetória. Creio que 2017 será um ano difícil, mas estamos estruturados para enfrentá-lo com flexibilidade, como fizemos em 2016. Não há expectativa de grandes investimentos ou mesmo privatizações que amenizariam a crise, mas estamos na contramão. Estamos projetando um crescimento de 20% em 2017 pela crescente demanda no segmento de carnes nobres. Atendemos um público fidedigno. Planejamos reduzir custos e automatizando parte dos processos, visando maior eficiência. 

Guilherme Temperani, sócio proprietário do Macaxeira Restaurante e Cachaçaria

O ano de 2016 como um ano difícil, porém importante e de muito aprendizado. Aprendemos a trabalhar de forma mais enxuta, com equipe menor e mais economia, criando soluções de administração e preços acessíveis sempre prezando o bom atendimento e a qualidade dos pratos. A casa não reajusta o cardápio há um ano, o que é bom neste momento, assim como o investimento em comunicação e marketing e a criação de promoções diárias. 

Temos duas unidades em São Paulo e um grande plano de expansão, pois para 2017 a ideia é abrir mais duas unidades, ainda no primeiro semestre. Com todo o plano de expansão, enxergo um 2017 melhor economicamente, mas temos como meta entender ainda mais o cliente e adaptar-se ao novo perfil de consumo do seu público, uma vez que a internet e a crise econômica que o Brasil atravessa fazem com que o cliente avalie melhor as opções, economize e seja mais criterioso ao optar por um passeio ou refeição fora de casa. Manter o bom atendimento, a qualidade dos produtos oferecidos e criar alternativas para o cliente são chaves para o sucesso no próximo ano.

João Torossian e Heloisa Torossian, empreendedores e fundadores da Fratelli

Estamos desde 2014 no mercado, quando atuávamos apenas com unidade móvel fazendo muito eventos. Em 2015 o mercado começou a desacelerar de maneira vertiginosa. Para 2016 nos preparamos para manter o plano de expandir nossa forma de atuar, abrindo uma loja física. Acreditamos que quando você tem dedicação o momento de crise gera oportunidades para micro e pequenos empresários porque o mercado abre espaços que não têm quando os grandes dominam. Em 2016 nos consolidamos apesar da retração, apostamos e deu certo. Para 2017 ainda não esperamos uma reação do mercado, apenas estabilização e uma reação mais positiva somente em 2018. Planejamos a abertura de mais três lojas, abrir a marca para o sistema de franquia e nos prepararmos para quando o mercado voltar a crescer. 

 

Sergio Marcondes, sócio do Linked Gourmet

O ano que passou foi o nosso primeiro ano de atuação e os resultados não poderiam ter sido melhores. Mesmo em meio a um cenário geral não muito animador, conseguimos entrar no mercado com abordagem planejada e inovadora, o que tem nos permitido almejar posição de destaque no nosso segmento. A expectativa que temos é muito boa, por ser ano de crescimento da empresa, recém entrada no mercado. Para 2017, manteremos nossa linha de atuação e abordagem, buscando levar ao mercado alta tecnologia a preços muito competitivos, sempre trabalhando ao lado de nossos clientes. Já com relação ao mercado, achamos que o ano vai ser desafiador para todo o setor, nos mais diversos subsegmentos. 

 

 

Everson Ceschin Filho, proprietário da rede de franquias Dr. Freeze

O setor da Dr. Freeze está muito bom. Obtivemos um crescimento de 25% e abertura de 12 novas unidades durante o ano. O consumo de doces no país cresce ano após ano. O maior desafio de 2016 foi a crise econômica que acabou tirando o otimismo do brasileiro e desestimulando o consumo. Nosso maior investimento para superar a crise foi a diferenciação dos demais concorrentes para sair da sazonalidade e acrescentar mais produtos disponíveis para consumo do público e claro aliado com um novo conceito de negócio, com isso conseguimos alcançar o êxito.

 

Rodrigo Bertoncini, diretor de marketing da Unilever Food Solutions

O ano de 2017 será também desafiador e o objetivo é criar cada vez mais oportunidades para apresentar soluções eficientes e inovadoras, como o novo site ufs.com que lançamos em 2016, uma plataforma digital com conteúdo focado no mercado food service. Além de oferecer os melhores produtos e soluções para cozinhas profissionais, a Unilever Food Solutions também atua no desenvolvimento do mercado de Food Service, oferecendo um trabalho de consultoria para os seus clientes. 

Pensando no desenvolvimento do mercado a médio longo prazo, outro caminho que a Unilever Food Solutions adotou em 2016 foi fortalecer parcerias, como as que fizemos com a rede educacional Kroton, com a OSCIP Gastromotiva e com o Sebrae. Optamos também por fazer ações focadas no ambiente digital, como a parceria com Cuponeria e Cheftime para o Festival do Hambúrguer; o Concurso Melhores Quilos, que elege o melhor restaurante self-service em várias regiões do Brasil. 

 

 

José Carlos Dias Reis, Mestre em engenharia de alimentos e sócio-fundador da Intellikit

Posso dizer que o ano de 2016 para o food service foi, ao mesmo tempo, dinâmico e complicado. Dinâmico porque ocorreram eventos de grande porte no Brasil, sendo o principal deles os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, que movimentaram muito a área de food service. A parte complicada foi que houve uma certa acomodação dos negócios. Nosso setor teve muita gente entrando, se aventurando, tentando uma saída até em função do desemprego que aumentou devido a crise, mas também teve muita gente saindo, pois a economia não ajudou e ficou difícil se manter, uma falta de dinheiro no mercado como um todo.

Eu não diria que o cenário para 2017 é tão otimista, mas vejo muita oportunidade para a palavra da vez: eficiência. Enxergo oportunidade principalmente para os pequenos players, que querem produzir melhor, com preço mais em conta, e vender melhor. Semana passada assisti uma reportagem de um cliente nosso no “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”, que exemplifica bem isso. Ele tem um restaurante pequeno, dentro de um Mercado Municipal, em Pinheiros, e atende 500 pessoas. Ele não tem nenhum garçom, ele faz tudo, o cliente pega a comida no balcão, come nas mesas que estão em volta, depois devolvem os talheres, jogam os descartáveis no lixo e vão embora. Isso é eficiência, seu custo é menor, a pessoa é melhor atendida, come bem, com produtos de qualidade, e paga um valor ali que não teria condição de pagar comendo a mesma coisa em um lugar mais requintado que seria mais caro. Isso mostra uma tendência, fazer as coisas mais eficientemente, tirando custos que podem atrapalhar o seu negócio.

 

Luiz Melgo, especialista em Gestão de Produtos & Supply-Chain e sócio-diretor da 360 Varejo

Mesmo sem notícias otimistas, o empresário precisa ter foco para crescer. Os números sobre o mercado brasileiro como um todo para o próximo ano não são tão animadores como divulgados anteriormente. Diversos segmentos, no entanto, têm demonstrado altas expectativas de crescimento para 2017, ou seja, a retomada virá. Fato é que, não importa a situação, é preciso pensar na retomada do crescimento da sua empresa. Somente desta forma é possível “espantar” a crise do seu caixa financeiro. 

O mais importante para o mercado como um todo, é que estamos no fim de um ciclo ruim, no entanto a velocidade para que esta retomada seja sentida deve ainda ser lenta, reflexo de algumas incertezas no campo político/econômico e que refletem diretamente na confiança para a retomada do investimento e, consequentemente, na geração de emprego. Vale ressaltar que setores que não são de primeira necessidade deverão ter um início de recuperação mais gradual durante o próximo ano. É preciso ânimo e estratégias eficazes para voltar a crescer. Aproveitar o otimismo do mercado consumidor requer experiência e sabedoria para retomar o desenvolvimento de uma empresa, independendo do segmento. Por isso, o empresário que ficar se lamentando pela crise, perderá a boa vontade da retomada. 

Letícia Bertoli, proprietária da Petit Foods

Espero que o nosso segmento continue crescendo como  nos anos anteriores. Em 2017 estaremos com fábrica própria, o que exige maiores investimentos, mas também nos trará uma redução em alguns custos. Com a crise diminuindo, acredito que as pessoas voltarão a investir em alimentação mais saudável e a buscarem novidades do mercado, que é o caso do meu produto. 

Patricia Komatsu, Sócia do Koi Restaurante

Atravessamos o ano focados no fortalecimento de pontos centrais do Koi, como a qualidade do nosso atendimento e o caráter inovador dos nossos pratos. Apesar dos desafios, enxergamos 2016 como um período em que compreendemos o poder de se diferenciar para se destacar mesmo em épocas de instabilidade econômica. Em 2017, seguiremos aprimorando nosso atendimento e planejamos mudanças no cardápio, com a inclusão de novos sushis e sobremesas. Nosso objetivo é encarar a crise de forma criativa e inovadora, e os resultados dessa postura virão com a abertura de uma nova unidade do Koi na Vila Nova Conceição.

 

Camila Accorsi Ditzel, chef e proprietária da Osteria Donna Lena

Para 2017 pretendemos começar com novidades, eventos e promoções para atingir um número maior de clientes para nossa casa, algo que seja diferente e atraia as pessoas a conhecerem o restaurante. Pretendo também organizar contas e administração, reduzindo custos desnecessários. Fazer um planejamento maior a curto e longo prazo.  Não foi um ano fácil, foi nosso primeiro ano de casa, foi um ano de muito aprendizado, conhecimento de público e de administração interna.

O ano foi de crise, tentamos passar por ele mantendo a qualidade da comida, mas colocando um preço honesto. Não nos intimidamos com o ano dificil, conseguimos enxergar dentro da crise, um mundo de oportunidades para atravessa-la. Pretendemos fortalecer nosso nome e aumentar nosso numero de clientes fixos, e conquistar os novos. Fazer uma maior divulgação da casa, mantendo um preço justo, fazer algumas promoções, trabalhar com delivery, atitudes  que façam as pessoas sairem de casa, curtirem, sem ter medo do prejuizo no final do mês. 

 

Gabriel Rodero, Vitor Kanashiro e Rafael Zanetti, fundadores da Olha o Churros! 

O ano de 2016 foi complicado para o mercado de franquias devido à crise econômica e política, que levou à reestruturação de muitas redes, porém, estamos confiantes de que a economia terá uma melhora significativa a partir do segundo semestre de 2017. Apesar da crise que assolou o país em 2016, a Olha o Churros encerra 2016 com um volume de vendas 40% maior que o ano anterior, representando a comercialização de 1,8 milhão de churros, 80% a mais que em 2015.

Para o próximo ano, a expetativa da rede é crescer 15% e, para isso, planejamos lançamentos de novos produtos, incremento do cardápio atual, além de ações de marketing pontuais para impulsionar vendas e fidelizar o consumidor. Manteremos o mesmo planejamento, que é buscar dar corpo e força para as lojas existentes, pois isso, para nós, é o melhor crescer de maneira sustentada do que simplesmente crescer.

 

Valdemir Zago, presidente da Zaeli

Nossa expectativa é de aumento de receita de 25% com relação a 2016 (retomada de arroz e aumento de 15% da receita das linhas já existentes em 2016), abertura de três novas filiais e lançamento de novos produtos. 2016 foi um ano ótimo para Zaeli. Tivemos metas alcançadas, com recuperação das margens e consolidação patrimonial, além da abertura de cinco filiais. A Zaeli fez um grande esforço em redução de despesas, otimização da estrutura produtiva e logística, visando redução sustentável dos custos. Os desafios são continuar com essa redução de despesas e custos, fazer atualização tecnológica, investir em logística, se comprometer com prazos de entrega e se adaptar à nova realidade do Brasil de redução da renda.

 

Mauricio Zarzur, idealizador do ZUR

O objetivo do ZUR é proporcionar uma experiência única aos apreciadores da cultura japonesa. Nossa expectativa para o próximo ano é continuar oferecendo pratos criativos, de alta qualidade e tornar o restaurante um ponto gastronômico no bairro da Aclimação para moradores de todas as localidades de São Paulo. São em tempos de crise que encontramos as melhores oportunidades para investir e crescer. 

 

 

 

 

 

 

 

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