Empresários apostam em ‘food trucks’ como novidade para setor alimentício de Manaus em 2015
Com aporte inicial médio de R$ 250 mil, bom retorno financeiro se deve ao gosto do manauara pela culinária vendida na rua
03/02/2015
Coloridos, equipados, sustentáveis. Eles chegaram de ‘mansinho’ e agora viraram moda. Originalmente criados nos Estados Unidos, os food trucks, ou ‘caminhões de comida’, ganharam as ruas de capitais brasileiras como São Paulo e Rio de Janeiro e aos poucos vão ocupando as calçadas de Manaus. Em 2015, eles prometem chegar para ficar.
Os carros adaptados são uma alternativa para os fãs de lanches rápidos e uma ótima opção de negócio para os empreendedores inveterados do setor de alimentação. Em seu interior podemos encontrar desde chapas para a preparação dos famosos hambúrgueres artesanais até instalações para preparação de massas, comidas japonesas, doces ou mesmo drinks.
Em Manaus, são os sanduíches que vêm fazendo sucesso. O empresário paulista, radicado em Manaus, Fernando Vieira, que comanda as chapas do Bora Lá Food Truck desde agosto de 2014, foi um dos primeiros a apostar na novidade. Após cinco anos no comando de um fast food japonês, ele abriu mão de sua parte na sociedade e foi para São Paulo estudar gastronomia. Neste intervalo ele conheceu o modelo de negócio que começava a se popularizar na cidade. “Fiquei super animado. Já voltei de lá com o caminhão pronto”, conta.
Entre as motivações para a escolha do formato do empreendimento (truck), Fernando destaca o custo-benefício. “Os custos, tanto de investimento quanto de manutenção do negócio, são bem menores em relação a um restaurante. A mobilidade também é uma vantagem. Se não existe movimento em um local, podemos simplesmente mudar. É prático”, enfatiza.
Características
Uma das características principais do Bora Lá e dos food trucks em geral, segundo Fernando, é o cardápio reduzido. “Adotamos um cardápio com menos opções do que teria em um menu de restaurante e não temos obrigação de mantê-las fixas, podendo mudar o cardápio todo dia se quisermos”, detalha.
Entre as opções do cardápio reduzido estão o Elvis Burguer que vem com bacon e batata frita e o chili burguer, recheado com queijo cheddar e o molho mexicano, tudo preparado no caminhão que conta com pias, um fogão, geladeiras, armários e uma fritadeira. “O amazonense gosta de hamburguer e gosta de comer na rua. Por isso creio que o segmento só tem a crescer na cidade, principalmente este ano, quando os primeiros caminhões encomendados começam a chegar”.
Massas express
O Titones Food Truck, do casal Jailton Rodrigues e Acacia Uchiyama, é um dos trailers a ganhar as ruas da cidade este ano. Em fase de funcionamento experimental desde novembro e inaugurado este mês, o caminhão oferece opções fast food para os fãs de massa italiana, no Parque 10.
No trailer são oferecidos três tipos de massa – spaguethi, penne e fusilli -, 14 ingredientes à escolha do cliente e três tipos de molho – queijo, ao sugo e bolonhesa. A massa é servida dentro de uma caixinha, no mesmo estilo dos restaurantes de comida chinesa, e o cliente pode comer no local ou levar para casa.
Jailton, que é gastrônomo e já foi proprietário de um bistrô, decidiu, junto com a esposa, que a massa italiana seria o carro-chefe de um novo negócio. A ideia de que o negócio se equilibraria sobre rodas veio depois. “Eu não queria abrir um restaurante. Queria algo mais dinâmico, com um formato menos amarrado. Foi quando, depois de muita pesquisa de mercado, nos decidimos pelo truck”, lembra.
Desafios
O empreendedor diz que durante o processo de amadurecimento do negócio foram detectados alguns obstáculos. Um deles foi a formatação do trabalho em si. “Precisamos criar um método que funcionasse para os funcionários com ou sem supervisão, já que nossa ideia é transformar o negócio em franquia”.
A escolha do local também é um desafio, conforme explica o empresário. “Não podemos parar em qualquer lugar. A prefeitura ainda não tem uma regulamentação específica para venda de comida na rua, como ocorre em São Paulo, então precisamos estacionar o trailer em áreas particulares, como frentes de lojas. Essa permissão nem sempre é simples porque dependemos da boa vontade e parceria de outras pessoas”, relata. (Fonte: A Crítica)